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Acorda a noite
Em luxuosos mantos de cetim
Eu me levanto
E respiro o ar dos mortos.
Procuro o sangue dos vivos
Sangue dos futuros mortos
Procuro gritos de horror
A face a desmair de dor,
Vôo no veludo da solidão
Por bosques e pântanos
Mergulho na morte sem perdão
E choro pela vida que não me resta.
Eternamente a coruja me acorda
O morcego meu fiel companheiro
Deste caixão de almas mortas
Onde sem querer me tornei rainha.
Os sussurros fitam a minha mente
A loucura de ser espectro.
As flores podres a meus pés
A Lua que brilha beijando-me a mão,
Não temendo o meu ser
Aceitando a minha sina.
As lágrimas não escorrem
Apenas sorrisos impiedosos
Se escondem no meu véu de seda
Para sempre o acordar, nas noites solitárias, em que a Lua
me inventa uma nova história.
Poesia de autoria de Lunar
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